terça-feira, 20 de agosto de 2013

A Cultura Organizacional da Ambev


Vimos até aqui que a Cultura Organizacional é algo particular e único e, por isso, cada empresa tem a usa, de acordo com suas necessidades. Porém, há alguns casos que fogem do padrão e violam a moral e a estabilidade do colaborador. Foi o que aconteceu com a Ambev - Companhia de Bebidas das Américas.

A empresa é conhecida por, em sua cultura, defender a forte competição entre os funcionários. Para isso, conta com cursos de MBA oferecidos a funcionários com grande potencial – e aqui já começa o clima de competição: apenas os melhores podem participar do curso. O que deveria ser uma bela iniciativa por parte da organização se transforma em um imenso ambiente de disputa, onde a cada pergunta respondida erroneamente, tomates de pelúcia voam no respondente – a técnica aplica-se também para perguntas tolas. Além disso, apelidos pejorativos (como Pato Novo) são dados aos funcionários que se comportarem de maneira considerada ingênua. E o mesmo acontece com a alta administração, a fim de provar que a empresa não pretende ser tradicionalmente hierarquizada.

Segundo um ex-funcionário da Ambev, "na AmBev, as pessoas não dão 100% do seu potencial, dão 150%". Se por um lado isso faz com que os colaboradores tentem superar seus desafios, por outro quem não consegue alcançar objetivos não pode fazer parte da equipe. Excesso de competição faz com que os colegas de trabalho se olhem como rivais e passem a se odiar.

A Ambev defende que seus números são a prova de que esse sistema de hipercompetição funciona e que os perfis contratados se adequam a esse método. Mas até que ponto os lucros são mais importantes do que a imagem da empresa? Será que, de fato, os profissionais aprovam a cultura da empresa?

Não faz muito tempo, a Ambev foi processada por um ex-funcionário que foi obrigado a participar de uma reunião com garotas de programa. As mulheres entraram na sala de reuniões, fazem strip-tease, os homens podem tocar nelas e até levá-las para outros lugares (como motel, por exemplo). A questão é: todos eles desejam isso? Pelo visto, não. A empresa foi obrigada a pagar indenização a Elcio Milczwski, 34 anos, por assédio moral.

Em relação ao caso citado acima, a Ambev relatou: “A companhia, que conta com mais de 32 mil funcionários no Brasil, não tolera práticas indevidas com seus funcionários. Casos antigos e pontuais não refletem o dia a dia da empresa”.

Ao longo dos anos, a organização foi processada por outros casos de assédio moral, como veremos na tabela abaixo:

Ano
Caso
2004
Ex-funcionário processa a empresa por ser obrigado a passar no “corredor da morte” (fileira de pessoas agredindo quem passa pelo meio) e sofrer xingamentos.
2006
A empresa foi condenada por assédio moral coletivo por humilhar funcionários que não atingiram metas.
2007
O Ministério Público do Trabalho acusou a Ambev de maus tratos, agressões verbais e opressão de funcionários.
2009
Ex-funcionário era humilhado, tendo que usar perucas e acessórios femininos, como batom, na empresa.
2010
Ex-funcionário é indenizado por ser obrigado a cantar o hino na empresa aos gritos e com diversos palavrões.
2012
Funcionário indenizado por ser obrigado a usar fralda geriátrica, passar pelo “corredor da morte” e fazer flexões.

A Ambev, é claro, é apenas um dos muitos exemplos de Culturas Organizacionais diferenciadas que podemos encontrar. Como já foi dito anteriormente, cada organização tem seu credo e seus objetivos e a cultura deve atendê-los.

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