A falta de conhecimento sobre um assunto nos leva a conclusões equivocadas. Falar em comunicação interna para um aluno que acabou de entrar na faculdade de relações públicas faz com que ela geralmente se resuma a produção de jornal mural e newsletter. Acontece que quando começamos a estudar a comunicação interna de uma forma mais profunda e com uma base teórica, percebemos que ela vai muito além dos meios. Em nossas reflexões por aqui, daremos um zoom na cultura organizacional no contexto da comunicação interna.
Antes de descrever sobre um tema e apresentar uma opinião sobre ele, é preciso conhecer muito bem sobre o que se está falando e por isso esse será nosso ponto de partida. Afinal, o que é cultura organizacional? Segundo Maria Aparecida Ferrari, no livro "Relações Públicas - História, teorias e estratégias nas organizações contemporâneas" organizado por Margarida M. Krohling Kunsch:
A cultura organizacional é uma construção social coletiva dinâmica que é compartilhada por pessoas e grupos sociais que percebem, pensam e reagem diante de diferentes contextos.
Olhando por essa ótica, entendemos como cultura organizacional, não só ao conjunto de hábitos que o indivíduo possui dentro de determinado ambiente e estão atrelados às regras, protocolos, valores, ritos, comportamento, modo de se vestir, agir, etc dentro de uma organização, mas também ao significado transmitido por meio da simbologia que determina o seu modo de pensar.
A partir de 1983, a Cultura Organizacional passa a ganhar espaço no mercado. Mats Alvesson sugere que isso ocorreu, principalmente, devido aos problemas práticos identificados pelas organizações. A Cultura Organizacional surge para combater esses problemas e é repassada espontaneamente para todos os membros. Pode ser dividida em partes, de acordo com o ponto de vista de cada envolvidos. São essas partes:
• Valores – alinha o posicionamento da organização em relação a como se obter sucesso. Normalmente, mantém-se os valores por longos anos ou nunca são alterados e há alguns itens comuns, como a importância que o consumidor tem para uma empresa.
• Crenças e pressupostos - é a verdade contida na organização, baseada em hipóteses e visão de mundo.
• Ritos, rituais e cerimônias - atividades planejadas, com consequências práticas e expressivas. Seus principais exemplos em uma organização são os processos de admissão, promoção, integração e demissão.
• Histórias e mitos - são fatos referentes aos valores organizacionais, podendo ou não ser sustentados.
• Tabus - são as áreas de restrição de organizações.
• Heróis - são pessoas admiradas e que tornam-se a força da instituição.
• Normas - regras referentes ao comportamento que deve ser aderido pelos membros.