sábado, 27 de abril de 2013

Liderança: fator determinante na construção das organizações



                "A liderança é um processo social no qual se estabelecem relações de influência entre pessoas. O núcleo desse processo de interação humana é composto do líder ou líderes, seus liderados, um fato e um momento social. O processo de liderança se verifica em infinitas situações: na família, na escola, no esporte, na política, no trabalho, no comércio, na vida pública ou em espaços privados. Ao observar o processo de liderança em qualquer dos espaços sociais, nota-se que toda pessoa é capaz de exercer influência sobre as outras e, portanto, que toda pessoa é, potencialmente, um líder." ( "Liderança, poder e comportamento organizacional". Ana Cristina Limongi-França e Eliete Bernal Arellano)
                Como foi visto a cima, o líder pode ser qualquer funcionário dentro de uma organização, porém ele deve possuir algo "a mais" nas suas atitudes para os diversos desafios do dia-a-dia. Como por exemplo, sabedoria, decisões bem pensadas, astúcia, flexibilidade, organização, pró-atividade, dinamismo, ser um bom ouvinte, perfeccionismo moderado, comprometimento. Tudo isso é imprescindível na formação do líder, além, é claro de tudo isso também pertencer ao ambiente organizacional. "Stogdill (1948) afirmou que 'uma pessoa não se torna um líder por possuir alguma combinação de traços; o padrão das características pessoais do líder precisa manter alguma relação relevante com características, atividades e objetivos dos seguidores." É por meio disso que ele irá treinar as pessoas sob sua influência, conseguir com que haja sinergia e que cada um consiga trazer sua contribuição individual e, a partir disso, mostrar o caminho para a sua equipe.
                O seu trabalho acaba não sendo tão básico assim, pois ele diagnostica, facilita o entendimento e influencia a todos, fornecendo  propósito - faz com que todos enxerguem os objetivos mais amplos e melhores da empresa e identifiquem sua contribuição por meio de seus esforços tanto individuais quanto coletivos -, direção - por meio da influência nas decisões, mostra como alcançar os objetivos, os projetos que devem ser executados, métodos e processos a serem implementados -, e foco - que nada mais é do que manter todos atentos diariamente sobre detalhes-chave e métodos a serem aprimorados para garantir melhores resultados. Faz-se necessário poder, já que ele é o direcionamento dos sistemas e situações sociais através dos recursos organizacionais.
                Ao assumir esse 'posto', o encarregado tem que ter em mente que existirão muitos problemas no dia-a-dia, pois como ele está sempre a procura de melhorias para a empresa, terá que tomar algumas atitudes que possam não agradar à todos e, às vezes, nem ele mesmo. Terá que enfrentar os desafios de recrutamento e demissões de pessoas, tentar influenciar pessoas que estão fora do seu controle, ser responsável por problemas criados de decisões anteriores, entre outros. Por isso, é necessário que o líder, além de buscar melhorias na empresa, procure melhorias em si também, pois ele se torna o 'espelho' de grande parte dos seus funcionários e é responsável também pela imagem que a empresa passa para o seu funcionário e para o público externo. Como foi visto no post anterior, a globalização também faz parte desse desafio, pois tanto a empresa quanto o líder, sofrem influências de diversos atores sociais e se faz necessário a compreensão do 'novo' e de como se ajustar à ele.
               Existem teorias a respeito da liderança. São elas:
               1. Teoria dos traços: diz que o líder possui traços de personalidade que os auxiliam em seu papel. Sejam fatores físicos, habilidades e aspectos da personalidade.
              2. Teoria dos estilos de liderança: ao contrário da 1, a teoria dos estilos de liderança acredita que as pessoas podem ser preparadas para exercer o papel de líder
               3. Administração do sentido: liderança carismática, transformacional e transacional: A carismática aponta que os liderados apresentam aceitação incondicional dos líderes, obediência espontânea, envolvimento emocional com a missão, nível de desempenho elevado e crença no fato de poder contribuir. Na transformacional, "de acordo com Burns (1978), líderes e seguidores elevam um ao outro a níveis mais altos de moralidade e motivação. Esse tipo de influência aumenta o grau de conscientização e envolvimento e ativa a busca da auto-realização.". E por último, na transacional, o processo é visto como a ocorrência de transações mútuas entre líderes e seguidores na direção das metas e esclarece as exigências de papel e da tarefa.
              Em resumo, líderar é atrair, inspirar e motivar os outros para um caminho partilhado e distintivo. É influenciar determinantemente as opções dos outros. Por isso, um é importante ir além da mera satisfação de interesses. Conquista corações e mentes, fazendo uso de um conjunto diferente de atributos caso para caso, e  capacidade de definir e comunicar uma visão, por meios de valores assumidos tanto por ele quanto pelos seus seguidores. Mais do que ser líder, um indivíduo “torna-se” líder através de um processo, que está baseado num relacionamento de troca: líderes oferecem um rumo e resultados, seguidores oferecem o "observar". Para além de obter resultados hoje, um líder eficaz preocupa-se com o aumento da capacidade para obter resultados amanhã, com ou sem a sua liderança. Aposta na inovação que resulte em vantagem competitiva para obter melhores resultados, promove a devida transformação organizacional e faz as coisas acontecerem. Na liderança, mais importante do que estudar, saber, explanar, justificar, preparar e gerir, é mobilizar para fazer as coisas acontecerem, é obter resultados que satisfazem todos os stakeholders, conquistando os corações e as mentes dos outros, enfim a confiança, o respeito e a admiração.

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