A teoria da burocracia, que Max
Weber definia como uma forma de organização baseada em regras e procedimentos
regulares, onde cada indivíduo possui sua especialidade, responsabilidade e
divisão de tarefas já não é a premissa básica para a criação de uma empresa à
algum tempo. Embora seja importante colocar em prática algumas dessas regras,
percebeu-se que seu excesso acabava prejudicando o andamento das atividades
cotidianas da empresa. Por outro lado, a inovação é definida por Peter Drucker como
“instrumento específico dos empreendedores, o processo pelo qual eles exploram
a mudança como uma oportunidade para um negócio diferente ou um serviço
diferente". Sendo assim, será que a burocracia e a inovação se
complementam ou são visões antagônicas?
O texto “Cultura organizacional em ambienteburocrático” de Luiz Alex Silva Saraiva trata o tema visando organizações públicas e dá um parâmetro de como a
burocracia influencia na cultura, mas esse fenômeno pode ser observado em
organizações privadas. Ele ressalta a influência da burocracia na cultura
organizacional e como ela afeta o andamento das atividades positiva ou
negativamente. Se por um lado os funcionários estão cientes do seu papel e
preocupados em manter boa qualidade em seus serviços, por outro se sentem
desmotivados e que não acreditam em seu próprio potencial de desenvolvimento
intelectual.
O fator inovação está diretamente
ligado à burocracia, segunda a pesquisa realizada no estudo de Luiz Alex Silva
Saraiva, as pessoas relatam que apesar de terem ideias para facilitar ou até
mudar alguns processos, são raras as vezes que são implantadas, em sua maioria
as ideias acabam morrendo e os funcionários se sentem desmotivados para pensar
em novas ideias, realizando apenas sua atividade base do dia-a-dia. Logo, se você
quer ter uma cultura de inovação, é preciso criar mecanismos que facilitem e
incentivem as pessoas as contribuir com ideias.
A motivação para essa publicação
surgiu de experiência própria, atuo como estagiária na área comercial de uma
agencia digital e tenho a percepção de que muitos projetos ficam “empacados” nas
empresas por terem que passar por vários setores e acabam perdendo o time para realizar ações baseada no
momento exato de crise da marca (ou avaliar o impacto de uma crise), ou uma
situação externa como as manifestações, nas quais pouquíssimas empresas se
posicionaram sobre.
Apesar de algumas leis da
burocracia serem de extrema importância para o controle e tomadas de decisão
mais precisas, o excesso dela pode bloquear o processo de inovação e fazer com
que a organização não se destaque frente aos seus concorrentes, hoje vemos
empresas gigantes que estão repensando esse processo como o Google e mais 499
outras empresas que estão todos os anos nas listas da Revista Exame. O mundo
está mudando, as pessoas estão mudando e as empresas precisam se adaptar e
mudar também.