quarta-feira, 12 de junho de 2013

Relações Públicas x RH


Ao estudarmos Comunicação Interna, é quase impossível não passar pela cabeça algo como: “Por quê existe RH se RP faz a mesma coisa e vice-versa?”. Bom, o tema desse post é exatamente esse. Vamos tentar deixar mais claro a diferença entre as duas profissões e, obviamente, como elas podem se ajudar no dia a dia. Primeiro, vamos definir o que é cada profissão.

Relações Públicas: segundo a ABRP, o conceito para a profissão é: "Relações Públicas é a atividade e o esforço deliberado, planejado e contínuo para estabelecer e manter a compreensão mútua entre uma instituição pública ou privada e os grupos de pessoas a que esteja, direta ou indiretamente, ligada". Em resumo, Relações Públicas é o profissional que oferta uma variedade de funções que podem ser exercidas em diversas organizações e, seu objetivo, é manter o equilíbrio entre a identidade e imagem da organização, trabalhando sua imagem institucional e a relação com a opinião pública.

Recursos Humanos ou gestão de pessoas: é um conjunto de habilidades e métodos, políticas, técnicas e práticas definidas com o objetivo de administrar os comportamentos internos e potencializar o capital humano. Seu objetivo básico é alinhas as políticas de RH com a estratégia da organização, e, assim, conseguir gerir e nortear os colaboradores na direção dos objetivos e metas da empresa.

Após as definições, agora, vamos ver como essas duas profissões se encontram no dia a dia.

A maioria das pessoas tem observado que a profissão de Relações Públicas no Brasil vem ganhando cada vez mais visibilidade e importância nas organizações e nos processos de tomada de decisão. E, cada vez fica mais nítido a importância da atuação desse profissional com a alta administração, auxiliando na escolha de alternativas viáveis e garantindo um bom relacionamento com os stakeholders.

Ao longo do seu crescimento, a profissão de Relações Públicas ainda encontra dificuldades para se diferenciar, mesmo possuindo caráter diferenciado e estratégico. Como disse anteriormente, uma das profissões que RP mais se assemelha é a área de RH, ainda mais se tratando da comunicação interna das organizações. Uma das diferenças entre essas duas profissões é que o RP conta com uma visão mais estratégica e alinhada à objetivos maiores, já o RH conta com uma função mais operacional.

Para transformar essas diferenças e semelhanças em algo mais simples, podemos analisar o texto abaixo, retirado do site do Sinprorp, o Sindicado dos Profissionais de RP.

“Relações Públicas x Recursos Humanos

O posicionamento do profissional de RRPP no organograma de uma organização pode se dar de várias maneiras. A sua versatilidade é decorrente de suas técnicas, sua habilidade, formação, capacitação e seu conhecimento. Esta flexibilidade da profissão pode ser notada na sua atuação em várias áreas como: em assessoria de imprensa com foco no relacionamento da empresa com os veículos de comunicação; no departamento de eventos junto com o marketing no relacionamento com públicos específicos dos eventos realizados; junto da presidência na definição de estratégias de relacionamento da empresa com públicos em geral; no departamento de medicina no desenvolvimento de programas de qualidade de vida aos colaboradores; na gestão de programas de Responsabilidade Social da organização com projetos culturais e sociais dirigidos a comunidade; no departamento de segurança e meio ambiente entre outros. Mas cabe neste momento, ressaltar posicionamento do RRPP alocado no departamento de recursos humanos no gerenciamento da comunicação interna.

Dados publicados na revista Exame (1996), revelam que políticas ousadas de recursos humanos, incentivos a participação, a objetividade da comunicação interna, alinhada a condições favoráveis de trabalho, remuneração, benefícios, segurança e estilo de liderança são fatores determinantes para o grau de satisfação dos colaboradores.

Com a tecnologia cada vez mais ao alcance de todos, as organizações estão aprendendo que o grande diferencial competitivo hoje e no futuro está nas pessoas. E sabem também que manter uma equipe altamente motivada e capacitada não é tarefa fácil.

Manter a força de trabalho informada, envolvida e sintonizada com os objetivos da empresa, mostrando a importância do trabalho de cada um para a organização e, ao mesmo tempo, sustentando o comprometimento do colaborador com a filosofia, a cultura, os valores e os resultados do negócio, valorizando e fortalecendo as relações entre funcionários e organização, são os objetivos principais das Relações Públicas no gerenciamento da Comunicação Interna dentro do departamento de Recursos Humanos.

No entanto, o discurso e a prática não estão em sintonia no setor de recursos humanos. A valorização do colaborador como diferencial competitivo, que é um dos pontos chave da nova dinâmica administrativa, está contido no discurso dos profissionais de recursos humanos, mas ainda é uma idéia não aplicada na prática em grande parte das empresas brasileiras.

Em pesquisa realizada pela Limiar Consultoria Organizacional (1998), comprovou-se esta configuração do cenário de RH. "Fala-se muito do elemento humano como diferencial competitivo, de reengenharia, de capital humano. Trazem gente do exterior para falar dos modernos paradigmas de gestão e organização. Nada disso é realmente aplicado. Os conceitos globais estão impregnados nos profissionais de RH, mas o ferramental de gestão e as estruturas existentes limitam suas atuações", comentam Sergio Neveu e Walter Martins, sócios da Limiar.

Constatou-se também, quanto à organização, que a maioria das empresas continua estruturada por departamentos, são verticalizadas e têm processos de comunicação interna ineficazes, que dificultam a modernização. Isto além de outras características que contribuem para esta dificuldade como os subsistemas de remuneração, seleção, consultoria interna, qualidade de vida e a dificuldade de investimentos em RH para implementação de mudanças, as quais utilizam a comunicação interna como alavanca de impulsão.

Segundo a pesquisa, a principal dificuldade é demonstrar que o investimento em pessoas é uma das formas para melhorar a qualidade do produto. E aponta três fatores que influenciam a performance de um negócio: o desenvolvimento de produtos, pessoas e conhecimento.

Partindo dessa ótica, pode-se afirmar que tem se falado muito em comunicação corporativa atualmente, mas o seu resultado é pouco visto no Brasil. Algumas empresas desenvolvem programas de comunicação eficientes. Sua importância foi percebida e o seu discurso ensaiado, embora sua prática muitas vezes não seja executada com sucesso, talvez por não saberem como. E este é um dos desafios para as Relações Públicas, desenvolver esta consciência e apresentar resultados sólidos para a organização, como uma grande ferramenta de motivação e comprometimento com o negócio, inserindo a cultura de "donos do negócio" em todos os colaboradores, polarizando-os para atingir as metas estipuladas.

Como a área de RH tem seu foco de atuação nas pessoas e as RRPP têm seu foco nos relacionamentos, tornam-se as duas áreas as grandes responsáveis por deixar todos os setores sintonizadas, oferecendo bons resultados a empresa atrelada à qualidade de vida do funcionário e garantindo o bem estar da comunidade em que está inserida. A harmonia e o equilíbrio destes fatores agrega valor a imagem da empresa perante todos os públicos envolvidos, direta e indiretamente.”

Após essa profunda explicação, podemos concluir que uma profissão não anula a outra, muito pelo contrário, a união das duas é fundamental para o bom desenvolvimento interno de uma empresa. Por mais que o profissional de Relações Públicas conheça muito bem empresa e seus valores, ele precisa também conhecer seus funcionários – já que eles também fazem parte da empresa -, para ter a garantia de que a cultura organizacional está sendo incorporada e também para procurar o melhor jeito para se comunicar com eles. Já para o RH, mais do que gerenciar pessoas, é preciso contratá-las de acordo com a cultura da empresa, por isso, também é necessário para esse profissional que ele tenha vasto conhecimento a respeito do local de trabalho e, assim, procure pessoas que possuam determinado perfil e também para, em uma situação de demissão, reclamação, ele saiba agir de acordo com o ‘pensamento’ da empresa.

 

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